NOVAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Durante o processo de utilização de novas tecnologias no ensino, seus usuários (leia-se: professor e aluno) procuram adequar-se às mudanças existentes dentro da EAD, começando pela forma de ingresso nesse tipo de IES, onde seus cursos e diplomas são oferecidos via Internet. O aluno requer seu ingresso, matricula-se, recebe o material didático, cronograma e assiste às aulas, sem nunca ter visitado fisicamente o campus da IES.   

O mais importante dessa forma de ensino é a possibilidade de o educador dar continuidade a sua formação. Tempo e o espaço deixam de ser obstáculos, permitindo a utilização de novos materiais para o estudo, assim como artefatos tecnológicos.

Já existe uma grande quantidade de programas educacionais que fazem os alunos interagirem com um determinado software, sem que haja a interação entre diferentes grupos de discentes, que é conhecida como educação assistida, pelo computador ou treinamento por computador. Outros programas são interativos e permitem que o aluno envie comentários para uma área de discussão em site, conhecida como discussão assincrônica[1].    

Os alunos que participam desse tipo de aprendizagem por computador, podem, em seu tempo livre, ler sobre o tópico discutido e comentá-lo. Outra maneira é utilizar a discussão sincrônica ou chat[2], onde todos os usuários conectam-se, ao mesmo tempo, a um site especifico, havendo assim uma interação em tempo real.

A aprendizagem na EAD não pode ser passiva. Se o estudante não entrar na sala de aula on-line, o professor não tem como saber se seu aluno esteve presente. Assim, ele torna-se responsável não só pela sua conexão, mas também deve contribuir com o processo de aprendizagem por meio do envio de mensagens com suas idéias. É importante salientar que o aprendizado é um processo ativo, no qual tanto o professor como o aluno devem participar para que ele tenha sucesso, criando, dessa forma, uma rede de aprendizagem onde a aquisição do conhecimento é criada colaborativamente entre professor e aluno.

O sucesso da EAD é o processo das melhores práticas de sala de aula tradicional para um novo palco.

A partir do momento em que o professor inicia a utilização de recursos eletrônicos na educação, acaba-se por enfrentar um novo conjunto de questionamentos de ordem física, emocional e psicológica e unem-se as questões educacionais já existentes, Ainda podemos incluir na relação problemas físicos de diferentes formas que, com o grande avanço tecnológico, acabaram surgindo. Como exemplo, podemos citar a LER (lesão por esforço repetitivo) e Síndrome do Túnel Carpal[3].

Algo curioso que percebemos na EAD é com relação à experiência que o aluno apresenta, pois, na sala de aula virtual, se o mesmo é deixado levar pela imaginação, sua ausência é sentida e pode ter impacto sobre o grupo, enquanto que, na sala de aula tradicional, o aluno pode estar fisicamente presente, mas psicologicamente ausente, e o professor nem percebe, e seu desempenho acaba não atrapalhando o desempenho da turma. Relacionando a esse caso, verificamos um outro exemplo típico: o aluno que é introvertido acaba tendo um excelente desempenho na sala de aula on-line devido à ausência das pressões sociais que existem em alguns casos presenciais, e a pessoa extrovertida pode vir a ter certa dificuldade para o convívio no ambiente virtual, segundo apontado por PRATT (1996).

Se verificarmos um mal desempenho por parte do aluno on-line, deve-se dar oportunidade ao mesmo em um ambiente presencial, pois, na maioria dos casos, esse fracasso virtual se dá por sua má adaptação ao ambiente on-line. Daí a necessidade de uma alternativa “tradicional”, pois a EAD só pode se adequar a um público especifico.

NIPPER (1989) descreve o aluno bem sucedido nos cursos de EAD por computador como um “aprendiz barulhento”. O computador acaba sendo o ponto inicial desse processo, que vem desde o rádio e a televisão, permitindo que se englobem todos os meios de informação e comunicação, como também o cinema e o telefone. A máquina se torna o processador das informações ou da tecnologia de comunicação.

Este processo educacional ocorreu devido ao uso da internet na EAD atual. AZEVEDO[4] mostra-nos o panorama recente dessa EAD, através de três possibilidades na tecnologia da comunicação por ele dividida, a partir do uso da internet na EAD. Inicialmente, utilizava-se a comunicação “um-para-muitos” (rádio e televisão) ou de “um-para-um” (ensino por correspondência). Hodiernamente, temos mais uma possibilidade de tecnologia de comunicação: “muitos-para-muitos”. Através dessa nova interação, a sociedade passa a compreender a EAD de uma forma diferenciada, desde seu inicio até os dias correntes.



[1] A discussão assíncrona é um meio para o aluno expor suas opiniões e fazer seus questionamentos sobre assuntos complementares ao contexto da aprendizagem.

[2] Salas de bate-papo

[3] Síndrome do Túnel Carpal ou Síndrome do túnel do carpo é o nome referido a uma doença que ocorre, quando o nervo que passa na região do punho (nervo mediano) fica submetido a compressão, originando sintomas característicos como dormência ou formigamento na sua mão, especialmente à noite, surgem dificuldades em manusear objetos e, às vezes,a dor sobe pelo braço, até a altura do ombro.

 

[4] Wilson Azevedo – consultor educacional da SENAI/CNI; diretor técnico pedagógico da Aquifolium Educacional.

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