Autismo: Um olhar, um mundo, a diferença, a inclusão

Olá Pessoal, Falamos muito sobre tantas coisas, falamos muita besteira, falamos, falamos e falamos, mas há coisas na vida que não conseguimos falar. Muitas vezes uma atitude, uma ação faz muito mais sentido que mil palavras, e hoje, assisti ao trecho do programa do Jô, de segunda dia 03/11, o qual foi dedicado para seu filho Rafael, que faleceu aos 50 anos, e era uma pessoa autista. Vocês devem se perguntar por que estou escrevendo sobre o filho do Jô. Na verdade estou escrevendo, pois ao assistir o trecho do programa me emocionei, palavras faltaram e restaram as lágrimas. Lagrimas sem explicação, pois há sentimentos que não se explicam apenas sentimos... É assim foi... Jô comentou que a lei natural da vida quando inverte, complica tudo, e é verdade, sempre enterramos nossos avós, pais, tios, mas difícil é saber que um pai tem que se despedir eternamente de seu filho. Conheço pessoas que têm filhos especiais com algum tipo de deficiência e, em sua maioria falam que pedem para Deus leva-los primeiro. Antes quando não entendia direito esse mundo louco que vivemos achava um absurdo um pai falar tal barbaridade mas, depois de conhecer um pouco mais sobre as pessoas com deficiência passei a ter uma sensibilidade e compreender o que um pai quer dizer ao falar sobre a partida primeiro de seu filho... Desta forma, aconteceu com Jô ao despedir-se de seu Rafael e em um depoimento emocionante que me fez ir a lagrimas e lembrar de como o amor ajuda a superar os limites e as dificuldades.... Assim é com as famílias, país, irmãos, tios, avos, primos, de pessoas com deficiência a qual tem a palavra SUPERAÇÃO como companhia e força de vontade como resultado... Se me perguntares por que escrevi isso, mais uma vez lhes direi, não sei, só sei que ao ver a homenagem para Rafael um filme passou em minha memória lá na caixa de pandora e refleti sobre situações que a vida me colocou e não entendia o porque, assim como há país que se perguntam por que "eu sou mãe ou pai de uma criança com deficiência", mas você já parou para pensar que isso pode ser uma benção, um anjo que Deus colocou em seu caminho para lhe mostrar o outro lado da vida.... E como dizem, em especial para os autistas, eles vivem em seu mundo, no seu tempo certo, e isso faz toda a diferença. Falo tudo isso, pois Jô fez referência a uma situação vivida por seu filho: "Uma vez, em uma livraria, ele chegou junto ao caixa carregando uma dúzia de livros. Eu estranhei: 'Rafa, é muito! Escolhe seis' - e ele: 'Então não quero nenhum, eu prefiro não escolher' – eu questionei: 'Mas por que não?' – e ele: 'Porque escolher é perder sempre' Levei todos. Hoje, também não preciso escolher. Como ele nunca faltou ao seu trabalho, também não posso faltar ao meu.” E, assim, compartilho um momento vivido no último final de semana quando estava em um clube com uns amigos conversando na piscina e de repente se joga uma criança, vai na direção de uma das pessoas que estavam comigo, abraça e diz "TE AMO!" Estranho né, mas para eles não foi estranho e para nós foi alguns minutos de descoberta para saber seu nome, LUCAS, não esquecerei. Ele brincou na piscina e do nada foi embora, afinal eles têm seu mundo, seu tempo e nos muitas vezes precisamos nos adaptar, e assim fizemos. Eu particularmente fiquei preocupada em saber onde Lucas estava, pois não havia sinal de nenhum responsável próximo, até que que percebi, Lucas estava devorando um gelato com uma senhora que imagino ser sua mãe, fiquei feliz, mas também preocupada, mas, às vezes precisamos deixá-los livres para que possam conhecer a independência e evoluir seu modo de viver... E em mais uma fala de Jô Soares: "Ele passou a vida inteira na realidade do seu próprio mundo, com corpo de adulto e coração e alma de criança." Algo tão natural para eles e ainda causa um certo estranhamento para outros, mas talvez com esse pequeno momento que foi dividido em seu programa possamos ver tudo com outros olhos, de forma pura e singela, pois como o apresentador/pai disse: "Essa disposição de viver com entusiasmo e com paixão, me dá muito orgulho do meu filho.” E vamos ter força diante disso para lutar sempre... Agora se me perguntares por que escrevi isso? Por que foi longo? Não sei explicar, só sei que deu vontade, foi de coração e vamos buscar a verdadeira inclusão.... Quem tiver interesse, acesse o Programa do Jô e assista a trechos de sua homenagem.