Olá, Mundo Digital.
Vou compartilhar com vocês alguns trechos sobre ensaio voltado à educação e tecnologia que realizei.
Vamos começar abordando a Educação e as tecnologias de informação e comunicação.
O conceito clássico de sala de aula com espaços
físicos delimitados, professor como único detentor do saber, vem se tornando
cada vez mais obsoleto. Nesta perceptiva, o ensino híbrido se torna cada vez
mais presente no cenário educacional, novas tecnologias transformam o ensino
criando formas inovadoras de aprendizagem provocando um processo de mudança contínuo
e acelerado.
Para Moran (1993, p.19),
Os meios de
comunicação desempenham também um importante papel educativo,
transformando-se, na prática, numa segunda escola, paralela à convencional.
Os meios são processos eficientes de educação informal, porque ensinam de
forma atraente e voluntária - ninguém é obrigado, ao contrário da escola, a
observar, julgar e agir tanto individual como coletivamente.
Esses efeitos
impactam diretamente a evolução da educação. Atualmente, já vivenciamos a Educação 5.0, mas, para
entendermos este cenário, é necessário perpassar por todo o histórico
educacional até os dias atuais, pois, como Jenkins (2009, p.27) menciona, ‘toda
história importante é contada’.
Destarte, trazemos a Educação 1.0, meados do
século XII, as aulas aconteciam nas igrejas e o ensino era baseado em uma
educação estritamente cristã, limitado às lições das Escrituras, leitura e
estudos dos salmos. Na época as escolas eram chamadas de ‘Escolas Paroquiais’,
o ensino tinha por característica uma hierarquia verticalizada de saberes,
professores eram detentores do conhecimento enquanto os alunos eram sujeitos
passivos no processo de ensinagem por meio de conteúdos estáticos (FAVA, 2012,
p.17).
Com a Revolução
Industrial surge a Educação 2.0, início do século XVIII, e com ela o ensino de
massa, pessoas eram preparadas para trabalharem nas fábricas. O conhecimento
transmitido na época tinha a função de adequar o educando à sociedade e ao
mercado de trabalho que ele se enquadrara, e por muito tempo essa educação foi
suficiente.
Ainda nesse
período, o local de aprendizagem era apenas a sala de aula, com alunos sendo seres passivos, e com a
responsabilidade de ensinar unicamente do professor que detinha a sincronização,
princípio da era industrial, e impactava diretamente nas escolas, pois a
sociedade da época era totalmente programada, influenciando assim o ambiente
escolar, onde estudantes estariam presentes no mesmo momento recebendo
ensinamentos de seus professores, mas não necessariamente estariam aprendendo
algo, mas a presença do aluno como sujeito passivo era indispensável a
sincronização da educação 1.0.
Segundo Fava
(2014, p.22),
Os sistemas de controle
de frequência são um exemplo dessa sincronia; todos devem estar sempre no mesmo
espaço, na mesma ocasião, no mesmo átimo, para responder de forma sincronizada
a uma mesma chamada.
Com efeito, fica claro que, na época, o
aprendizado do aluno tinha data e hora para acontecer, objetivando unicamente
treinamentos baseados na aprendizagem informativa em que a memorização ficava
evidente, pois, para Fava, (2012, p.45) “a fábrica necessita da sincronização
para que todos estejam presentes na linha de montagem ao mesmo tempo”.
Neste período, Fava (2012) nos mostra
que professores iniciaram um processo de descobertas sobre o potencial
tecnológico para o processo de ensino-aprendizagem. Foi um período longo em
meio a grandes dificuldades, visto que a implementação de tecnologias nas
escolas acontecia de forma tímida e gradativa.
Com o advento da 3ª Revolução Industrial,
meados do século XX, o progresso tecnológico ganhou força possibilitando ao
homem inventar uma ‘máquina inteligente’ que substituiu o trabalho repetitivo e
exaustivo, fazendo com que novas exigências de autonomia, flexibilidade,
criatividade e aprendizagem, assim temos a Educação 3.0.
Em meados do século XX, em uma sociedade
do conhecimento repleta de informações, baseada em novas tecnologias de
informação e comunicação, o professor se torna mediador do conhecimento e é
visto como organizador do processo de ensino-aprendizagem, enquanto que o aluno,
sujeito autônomo, é responsável por sua aprendizagem de forma colaborativa, com
currículo integrado e atualizado constantemente uma nova concepção do que
ensinar, como ensinar e com o que ensinar para obter pessoas aptas para um mercado
de trabalho diferente dos anteriores, em que novas habilidades se tornam
presentes em todos os campos profissionais. Para Martino (2014, p.36),
Os processos de
convergência são dinâmicos, e acontecem no momento em que o indivíduo recria,
em sua vida cotidiana, as mensagens e as experiências em conjunto com as
mensagens que chegam da mídia – e que ele, por sua vez, pode “re-criar”. A
cultura da convergência representa uma alteração, aliás, na maneira como o
indivíduo é visto no processo de comunicação.
Este processo de convergência citado por
Martino (2014) é visível na Educação 3.0, pois o docente precisa saber lidar
com as novas tecnologias de informação e comunicação bem como seus alunos. Assim,
Levy (2014, apud FAVA, 2014, p. 40), “no mundo digital, tudo aquilo que tem
potencial será embora ainda não seja”.
A tecnologia se faz cada vez mais
presente no cotidiano educacional, metodologias vão se inovando aproveitando ao
máximo das possibilidades tecnologias e seu potencial para o processo de
ensino-aprendizagem. Período que perceptivelmente “a escolha e a organização
não serão mais por disciplinas ou unidade de aprendizagem, sim orientadas pela
aplicação do conhecimento” (FAVA, 2014, p.35), em que professores desenham e
gerenciam projetos e atividade que mudam constantemente e o aluno é totalmente
volátil e acessível a estas alterações frequentes.
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