Olá ciberespaço, 

Estamos na reta final do ano de 2021, e desde março de 2020 vivemos tempos diferenciados. O ensino presencial se redescobriu com o ensino remoto e o ensino a distância se tornou cada vez mais conhecido e contando com novos adeptos desta modalidade. 

Tivemos muitas lives, webinários, webconferências, reuniões on-line que poderiam ser apenas trocas de e-mails, e assim um aqueles que tinham resistência ao uso da tecnologia no cotidiano foram aprendendo a se adaptar as situações que o cenário da pandemia da COVID-19 nos impunha. 

Mas por que estou falando isso agora? Simples, gostaria de dividir com vocês parte da palestra que apresentei no evento da Tapajós Educacional no ano de 2020 e que ainda se faz presente nos dias de hoje.

Boa leitura!

Educação em Tempos de Pandemia: Suas Necessárias Funções

O processo educacional continua apesar da pandemia causado pelo COVID-19, e, em 18 de março deste ano, o Ministério da Educação publicou a Portaria n. 343, autorizando “em caráter excepcional” a substituição de aulas presenciais por aulas on-line, por meio das tecnologias de informação e comunicação (TICs) nos cursos em andamento afim de não comprometer o calendário letivo, denominada de ensino remoto emergencial. E, no dia 16 de junho o MEC, publicou a Portaria n. 544 ampliando, mais uma vez, o período de suspensão, permitindo que, até 31 de dezembro de 2020 (limite do estado de calamidade pública).

Sabemos que a suspensão das aulas aconteceu não apenas no Brasil, mas em outros países em todo mundo, levando várias instituições de ensino a migrarem seus cursos presenciais para aulas on-line, o ensino remoto emergencial, uma educação mediada pelas tecnologias de informação e comunicação (TICs), em um piscar de olhos. Afinal não sabíamos quão longo seria esse período de isolamento. 

Para apoiar esse momento em que a modalidade a distância se tornou uma aliada na continuidade do ensino de muitos alunos do ensino fundamental ao superior, temos as TICs que possibilitam interação entre professor e aluno e tornam as aulas muito mais dinâmicas do que simples troca de e-mails, e o melhor disso é que os alunos não são prejudicados.

Durante as aulas remotas por meios digitais, os estudantes têm acesso a vídeos, aulas narradas, podcasts, webconferências, objetos de aprendizagem, chats e fórum de discussões, e com a era mobile podem, em sua maioria, acessar os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) pelo celular. Afinal essa geração está bastante adaptada ao uso de tecnologias móveis. 

Para muitos entusiastas da Educação a Distância - EaD, esta modalidade é uma solução para atual realidade que vivemos, devido a seus diversos meios de transmissão e conteúdo, beneficiando os diferentes tipos de aprendizagem.  Podemos perceber que mesmo as instituições de ensino tradicionais e resistentes a EaD, estão aderindo a essa modalidade de ensino e suas possibilidades para oferecer aos seus alunos possibilidade continuarem seus estudos e garantir assim o cumprimento dos duzentos dias letivos exigidos em Lei.

Este cenário se repete em diversas escolas espalhadas pelo país. Professores que não tinham familiaridade com as ferramentas disponíveis para o ensino a distância estão tendo que conhecer na “marra”, e procurar se adaptar a este novo cenário, o ensino remoto emergencial. Afinal, estamos indo na contramão, pois em geral o professor de cursos a distância, conhecido como tutor, especializa-se e sabe como lidar com as infinitas possibilidades tecnológicas no âmbito da EaD, e hoje constata-se que os professores que estão tendo algumas horas para se adaptar ao ensino remoto emergencial.

A EaD tem peculiaridades que a difere do ensino remoto. Nela, por ser um ensino any time, any where (qualquer tempo, qualquer lugar), aluno e tutor não precisam estar conectados ao mesmo tempo, pois o aluno realiza suas atividades com maior flexibilidade de horário, enquanto no ensino remoto emergencial professores e alunos precisam estar conectados no horário correspondente a aula presencial fazendo uso dos meios digitais.

Em Belém, uma escola de ensino fundamental e médio ficou apenas uma semana sem aula presencial. Na semana seguinte após a suspensão, os alunos receberam orientações para uso do AVA e as aulas seguem normalmente, respeitando sempre o horário, seguindo o mesmo da aula presencial. Nessa escola, uma turma do Maternal realiza um trabalho incrível: a professora promove atividades on-line da sua residência e os alunos participam de suas casas, e, por orientação da escola, as crianças usam uniforme para que percebam que se trata de uma rotina escolar, mudando apenas o local.

Assim, a criança de pouca idade assiste aulas, interage com a professora e com seus colegas, e mantém sua rotina de estudo normalmente, além de realizar atividades que aconteceriam na sala de aula, como fazer o varal da família, a festa junina e tantos

outros temas. E, o mais legal de tudo isso é que toda a família participa, pois podemos presenciar cada etapa do trabalho da criança, pois os pais fotografam, gravam, fazem vídeo-chamadas e é possível acompanhar a evolução do aluno mais efetivamente do que no ensino presencial onde o pequeno estaria sem os familiares.

O exemplo está acima, para que possam perceber que a modalidade a distância possibilita diversas interações baseadas nas TICs, por isso o MEC permitiu que esta modalidade fosse utilizada como uma forma de suprir a ausência da educação presencial neste momento de pandemia do COVID-19.

Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) projeta que em 2023 teremos mais alunos matriculados na modalidade a distância do que na presenciais, e acredita-se que este cenário possa ser ainda maior, pois com a COVID-19 muitos estão tendo contato pela primeira vez com esta modalidade de ensino e estão tendo resultados positivos e sinalizando uma mudança de escolha na forma de seu aprendizado.

 Educação online

Quando falamos de educação on-line, estamos usando um termo genérico, que abrange tanto as aulas remotas, quanto as aulas EAD. Ele se refere ao fato de que, em vez de acontecer de forma presencial, as aulas ocorrem a distância, utilizando ferramentas tecnológicas para completar o compartilhamento de ideias.

Por isso, quando uma instituição diz que oferece aulas on-line, precisamos perguntar qual é o tipo de aula. Afinal, isso pode significar que eles fazem transmissões ao vivo todos os dias, que têm um banco de aulas gravadas ou mesmo que fazem chamadas de vídeos com alunos individuais em horários marcados.

Nos últimos tempos, ficou claro que os professores precisam saber utilizar a tecnologia para garantir uma boa educação no futuro.

  Educação remota

As aulas remotas são algo com que nos familiarizamos nos últimos tempos. Isso porque a maior parte das escolas e faculdades viram as aulas remotas como uma oportunidade de continuar suas atividades mesmo com as medidas de isolamento social.

A maneira como pensamos na educação está mudando.

Na educação remota, as aulas podem ser gravadas, mas geralmente são ao vivo. A característica mais comum, no entanto, é que elas acontecem – ou são disponibilizadas – nos dias e horários em que aconteceriam as aulas presenciais.

O material utilizado nessas aulas é elaborado pelo professor da disciplina, pensando nos alunos da turma, focados na necessidade do grupo (ou do indivíduo, em casos de aulas particulares). Por isso, o material é personalizado, com um plano de ensino próprio e um cronograma adaptado para a situação.

Alunos e professores estão sempre interagindo nas aulas remotas, e é possível tirar dúvidas durante as aulas ou por outros meios de comunicação. As avaliações finais também são personalizadas de acordo com o conteúdo visto nas aulas, considerando as condições dos professores e alunos.

As aulas remotas permitem que o professor continue com o projeto de ensino utilizado na sala de aula presencial. É possível, inclusive, aplicar metodologias ativas.

 Educação a distância (EaD)

A EaD é a forma de educação on-line mais conhecida. Afinal, existem cursos completos que são oferecidos em EaD por grandes universidades. Mas essa modalidade é muito diferente da educação remota.

Na EaD, a maioria das aulas é gravada, com apenas algumas videoconferências com o objetivo de tirar dúvidas. Em alguns casos, o curso é 100% gravado. Em vez de falar diretamente com o professor, esses cursos têm um tutor para quem mandar e-mail ou mensagens para tirar dúvidas.

Os materiais são padronizados e produzidos em larga escala. Em outras palavras, quem faz uma matéria nesse semestre vê o mesmo material da turma do último semestre. Não há personalização de acordo com as necessidades do grupo.

O calendário letivo é unificado, com poucas alterações de cronograma. Por fim, as avaliações em EaD são padronizadas, feitas e corrigidas em larga escala.

Podemos ver que a principal diferença, portanto, é que a educação remota tem mais personalização e individualidade do que a educação a distância. Por isso, é a opção mais dotada por escolas, e que a relação entre professores e alunos e a sociabilidade são aspectos muito importantes.

 

Modalidade de Ensino

dinâmica de aula

materiais didáticos

Tirar dúvidas

avaliações

EaD

Videoaulas, fórum de discussão, garantindo acesso assíncrono com conteúdos e atividades autoinstrucionais.

materiais de maneira mais abrangente, com maior padronização entre as turmas e séries.

Nas plataformas por meio de interação com o tutor da disciplina, podendo ocorrer de maneira síncrona ou assíncrona.

testes e atividades produzidos e corrigidos de maneira automatizada.

 

Ensino Remoto

transmissões ao vivo ou então gravadas das aulas nos dias e horários dos encontros presenciais

conteúdos elaborados pelo professor da disciplina, adaptado para cada turma.

os alunos possuem interação frequente com o professor para sanar suas dúvidas.

avaliações criadas pelo professor, seguindo o mesmo padrão do ensino presencial.

 DESAFIOS DA VOLTA ÀS AULAS

  • ·      Impacto emocional nos alunos e profissionais da Educação
  • ·     Abandono e evasão escolar
  • ·         Retorno gradual com precauções com a saúde  
  • ·         Cumprimento da carga horária exigida por Lei  
  • ·         Avaliação diagnóstica e recuperação da aprendizagem  
  • ·         Comunicação frequente com os pais e responsáveis  
  • ·         Contextualização das ações no nível da escola
  • ·         Fortalecimento da relação família-escola  
  • ·         Tecnologia como aliada contínua (ensino híbrido)


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