Olá Ciberespaço,
Com as
constantes evoluções tecnológicas e, respondendo as necessidades da 4ª
Revolução Industrial, deu-se início a Educação 4.0, no início do século XXI.
A Educação 4.0
atende às necessidades da sociedade do conhecimento conectada e inovadora,
realidade atual devido ao cenário tecnológico que vivemos, e tal qual aplicado
ao ambiente escolar estimula a troca de conhecimento e o saber coletivo. O
aluno deve ser preparado para aprender a gerenciar as tecnologias e produzir
soluções inovadoras (MOREIRA, 2019).
Segundo
Andrade (2017, p.04)
[...] aluno passa a
viver a experiência da aprendizagem por meio de projetos colaborativos, nos
quais os professores e colegas atuam juntos. Os recursos disponíveis na escola
passam a ser usados de maneira criativa e novas estratégias são baseadas nas
metodologias ativas para as atividades em sala de aula.
Professores
são mediadores do conhecimento e, cada vez mais, incentivadores de novas
descobertas para com seu alunado, enquanto este último, é protagonista de seu
aprendizado, que contempla o learning by
doing, “aprendendo a aprender e aprender fazendo”, idealizado pelo
professor e filosofo americano John Dewey (1859-1952). O learning by doing é um método que consiste ao aluno aprender com
sua prática e não mais simplesmente à luz da teoria do conhecimento, por meio
de ambientes escolares mais colaborativos e dinâmicos.
O método
defendido por Dewey nos traz uma educação como um processo de reconstrução e
reorganização das experiências adquiridas que influenciarão diretamente nas
experiências futuras, característica da Educação 4.0.
Para Moran
(2007, p. 168),
Educar é um processo
complexo que exige neste momento mudanças significativas. Investindo na
formação de professores no domínio dos processos de comunicação envolvidos na
relação pedagógica e no domínio das tecnologias, poderemos avançar mais de
pressa, sempre tendo consciência de que em educação não é tão simples mudar,
porque há toda uma ligação com o passado que é necessário manter e também uma
visão de futuro à qual devemos estar atentos. Não nos enganemos. Mudar não é
tão simples e não depende de um único fator. O que não podemos é cada um jogar
a culpa nos outros para justificar a inércia, a defasagem gritante entre as
aspirações dos alunos e a forma de preenchê-las. Se os administradores
escolares investirem em formação humanística dos educadores e no domínio
tecnológico, poderemos avançar mais.
Contudo, nem
professores e nem escolas podem ignorar a presença das mídias no cotidiano
educacional. Valente (2018, documento eletrônico) ressalta que “é necessário
integrar tecnologia ao currículo, explorar seu potencial e promover a conversa
com as áreas de conhecimento” assim, é possível perceber nesta era educacional
a presença de metodologias ativas, autonomia e capacidade de solucionar
problemas nunca vistos, no qual a linguagem computacional, internet das coisas, a inteligência artificial e outras tecnologias
se fazem presente nos diversos seguimentos.
Na Educação
4.0 o ensino híbrido ganha força, uma
metodologia que combina a aprendizagem presencial e on-line, promovendo uma
mudança no tempo e espaço em que alunos e professores atuam integrando assim a
tecnologia a educação.
Nessa
perspectiva, as metodologias ativas são ferramentas importantes para apoiar o
desenvolvimento do aluno, elas consistem em estimular a participação do
estudante de forma mais direta, colocando este como protagonista do processo de
aprendizagem.
Para Mello,
Neto e Petrillo (2020, p.57)
As metodologias ativas
são ferramentas importantes para se alcançar o desenvolvimento de forma
interligada dos componentes conceituais, procedimentais e atitudinais e na qual
o discente assume uma postura ativa, criativa, capaz de transformar-se e
transformador o seu contexto.
As
metodologias ativas trabalham de forma inovadora. O aluno é principal agente do
processo educacional, com mais autonomia, dinamismo, além de despertar o
interesse durante as aulas com o papel ativo na construção do saber. O
professor incentiva o aluno a participar, colocando-o no centro do processo de
aprendizagem, além de possibilitar a retenção do aluno.
Dentre as principais vantagens temos a
estimulação das diferentes formas de aprender do aluno, estimulação das
competências do século XXI. São várias as formas de aplicação da metodologia
ativa, como aprendizagem baseada em projetos (project-based learning),
sala de aula invertida (flipped classroom).
Na
Aprendizagem Baseada em Projetos (project-based learning) construção do
conhecimento a partir da discussão em grupo de um problema a
participação do aluno é essencial. Já na Sala de Aula Invertida (flipped
classroom) é considerada uma grande inovação no processo de aprendizagem, o
aluno absorve o conteúdo através do meio virtual e ao chegar na sala presencial,
está se torna o local de interação entre professor e aluno, para sanar dúvidas
e compartilhar conhecimento com todos os alunos da sala.
A sala de aula
invertida é o método que inverte a sequência tradicional das situações de
aprendizagem. Nessa proposta, os alunos realizam leituras e pesquisas antes dos
encontros presenciais, por meio de recursos como textos, vídeos e áudios. Podem
também participar de chats, fóruns, jogos e de outras atividades interativas.
Posteriormente, os alunos discutem a temática com o docente e os demais colegas
para, então, desenvolver atividades relacionadas à temática. (SENAC, 2021,
p.13)
Para Fonseca
(2021, p.15)
Sala de aula invertida
- É disponibilizado previamente aos alunos, o material de aula que explique os
conteúdos, em qualquer formato, como vídeos, áudios, material para leitura,
imagens, mapas, entre outros. Quando os discentes ao encontro com o professor,
já estão munidos de muitas informações. A inversão ocorre quando os alunos
explicam o conteúdo sozinhos e usam o espaço coletivo escolar e a presença do
professor para tirar resolução de atividades e aplicações práticas do
conhecimento e tirar dúvidas.
Outra
característica da Educação 4.0 é a cultura
maker, cultura do “faça você mesmo”, segundo Paula (et al.2021) “é a ação
de colocar a mão na massa, associada ao uso de recursos tecnológicos ou outras
ferramentas de marcenaria onde o aluno tem autonomia para criar, modificar ou
transformar objetos, sendo
o principal protagonista
de seu aprendizado”, e
assim, desperta no aluno o interesse por habilidades e competências
indispensáveis ao mercado de trabalho cada vez mais competitivo, proativo e
tecnológico.
Contudo, saber
utilizar e criar metodologias viáveis com esses recursos ainda é um desafio
para a educação, em qualquer nível ou modalidade de ensino, pois nos
defrontamos cotidianamente com o desperdício ou o mau uso desses recursos.
Alvin Toffler (1970), filósofo norte americano nos anos 1970 expõe que “os
analfabetos do século XX não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas
aqueles que não conseguirão aprender, desaprender e reaprender”, cenário
bastante atual no qual percebemos durante a rápida exposição da evolução da
educação apresentada até o momento e vivenciada por muitos.
No entanto, nos
deparamos com um universo educacional transformador, em que o ensino caminha
lado a lado com as mudanças do mundo atual. Preparado para lidar com novas
gerações onde as salas de aulas não são apenas um espaço para reprodução do
conhecimento e sim, local que valoriza a prática, o pensamento crítico e o
desenvolvimento de atividades que aproximem do mundo real, dando ao aluno voz
para que seja protagonista na evolução de seu próprio conhecimento.
Tal cenário, propicia uma educação regrada em
criatividade e inventividade, usando diversos recursos e diferentes ambientes
baseados em experimentação, estando ele no centro do processo de aprendizagem,
sendo caracterizados pelo uso de metodologias ativas neste processo de
ensino-aprendizagem. De acordo com Mello, Neto e Petrillo (2020, p. 21), “aqui
se valoriza a invenção, a descoberta e a construção do conhecimento,
possibilitando ao aluno interagir com o processo de maneira mais motivada,
crítica e criativa”.
Neste sentido,
as escolas têm um grande desafio no século XXI, não podendo ignorar as
tecnologias de informação e comunicação em seu cotidiano baseado em
metodologias e projetos mais dinâmicos e abertos e com ela o surgimento da
Educação 5.0, como uma evolução da Educação 4.0.
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