Olá Ciberespaço,
Resolvi fazer uma série de posts sobre a linha do tempo da Educação, lembram que falei rapidamente sobre o tema Educação: do giz ao touch scream dias atrás, pois bem vamos começar essa linha do tempo....
Educação 1.0
No
período medieval, entre séculos os V e XV, representa mais de 1000 anos, teve
início ao ensino desenvolvido sob influência direta da igreja, todo
conhecimento era a serviço da fé, com uma educação estritamente cristã. A
Bíblia e o Livro da Natureza, ambos escritos por Deus, eram os livros
essenciais para os cristãos, com lições das Escrituras e a leitura e estudos
dos salmos, limitando-se à formação de eclesiásticos, dando uma visão
teocêntrica tendo Deus como valor supremo, de acordo com FAVA, 2012.
Nesta
época as primeiras escolas eram chamadas de ‘Escolas Paroquiais’ segundo Fava
(2012, p.17), as aulas aconteciam nas igrejas, as escolas funcionavam em
catedrais ou mosteiros, a função pedagógica era evangelizar, revelar as
verdades divinas e salvar almas, a escola era dirigida por cônego, os professores eram
clérigos, que datam este momento no século II, e apontada por Fava (2012, p.16)
metaforicamente como Educação 1.0.
No
século VI surgem as Escolas Monásticas, com objetivo de formar futuros
religiosos, funcionava inicialmente apenas em regime de internato,
posteriormente passaram a aceitar leigos, filhos de Reis e servidores. O
programa curricular se baseava apenas em aprender a ler, escrever e conhecer a
Bíblia, canto e aritmética, posteriormente o currículo evolui e incluiu-se o
ensino do latim, gramática retórica e dialética.
A
partir do ano 787, Carlos Magno assume o poder do Império Carolíngo, executa
uma forma na educação, com a inclusão das setes artes liberais, repartidas no trivium com as disciplinas formais
gramática, retórica, dialética, mais tarde tornou-se filosofia, e no quadrivium com as disciplinas reais,
aritmética, geometria, astronomia, música e mais tarde medicina. A direção da
escola ficava a cargo de um eclesiástico, que deu nome a este período de
escolástica.
Pernoud (1996,
p. 98) explica que:
“[...] Criada pelo
Papado, a Universidade tem um caráter inteiramente eclesiástico: os professores
pertencem todos à igreja, e as duas grandes ordens que ilustram, no século
XIII, Franciscana e Dominicana, vão lá, em breve cobrir-se de glória com S.
Boaventura e um S. Tomás de Aquino; os alunos, mesmo aqueles que não se
destinam ao sacerdócio, são chamados clérigos, e alguns deles usam a tonsura –
o que não quer dizer que aí apenas se ensine a teologia, uma vez que seu
programa comporta todas as grandes disciplinas científicas e filosóficas, da
gramática à dialética, passando pela música e pela geometria”
Nos séculos
XII e XIII surgem as universidades com aulas baseadas em leitura de textos e
professores como o único detentor do saber. De acordo com Piletti et al. (2007,
p89), “as universidades surgiram no século XIII, como o nome inicial de studium generale”, tendo seu nome
substituído por universitas litterarum
ao final do século XIV, acredita-se que a
primeira universidade, de Nápoles fundada em 1224, era organizada em quatro
divisões do conhecimento, Teologia, Direito, Medicina e Filosofia. As
universidades de Bolonha, Salamanca e Paris estão entre as mais antigas e importantes.
Durante os
séculos XIII ao XV teve início o Renascimento, movimento que elegia a razão
como principal forma de conhecimento do mundo e as coisas do homem,
privilegiando à matemática e às ciências da natureza. Período que possibilitou
o desenvolvimento de técnicas de pintura e esculturas que se aproximavam ao
máximo da realidade, com riquezas de detalhes e reproduções fidedignas do corpo
humano eram alguns dos elementos das famosas obras renascentistas.
Segundo Fava
(2012, p.25),
As instituições de
ensino da época que denominamos Educação 1.0 nos proporcionaram um valioso
legado de processo de aprendizagem. Esse legado nos mostra tanto a essência que
as instituições de ensino devem manter, quanto aponta a direção do processo de
mudança educacional e social [...].
Neste sentido,
a Educação 1.0 nos proporcionou um legado valioso ao processo de ensino e
aprendizagem. O ensino desta época tinha por característica uma hierarquia
verticalizada de saberes, professores eram detentores do conhecimento enquanto
os alunos eram sujeitos passivos no processo de ensino e aprendizagem por meio
de conteúdos estáticos, ainda presente nos dias de hoje.
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